14 de jun. de 2013

Artigo: Os mitos e verdades sobre as baterias

É inegável que as baterias são uma parte fundamental da tecnologia, mas também cercadas de muitos mitos que parecem não querer desaparecer. No boca a boca as informações em torno das baterias são cheias de inconsistências e equívocos. É necessário carregar a bateria por um tempo maior antes de utilizá-la pela primeira vez? Quais baterias têm efeito memória? Quais são as melhores baterias? Pois bem, neste artigo tentaremos responder estas e outras dúvidas que já devem ter surgido em sua mente ou na de algum conhecido.

Basicamente, existem quatro tipos comuns de baterias recarregáveis no mercado: níquel cádmio (NiCd), hidreto metálico de níquel (NiMH), íon de lítio (Li-Ion), e acumulador de chumbo (também conhecida como bateria chumbo-ácida). Não abordaremos esta última porque são usadas apenas em veículos e dispositivos como sistemas de alimentação ininterrupta (UPS), em que normalmente o usuário não realiza intervenção.

Antes de usar a bateria pela primeira vez, eu devo dar uma carga mais longa?
Mito: Você precisa carregar a bateria até que o indicador aponte carga completa, nem um momento a mais. Deixar a bateria carregando além do necessário só aumenta o risco de danifica-la, e embora a maioria das baterias e carregadores possuam circuitos de proteção contra sobrecarga, é melhor não abusar da sorte. Sempre que a bateria estiver completamente carregada, o melhor é desliga-la da rede elétrica.

Este fator de importância da primeira carga é um mito, um legado direto das obsoletas baterias de níquel cádmio (NiCd) que equipam equipamentos mais antigos como os primeiros telefones celulares a chegarem ao mercado.


Eu só posso recarregar a bateria quando ela estiver totalmente descarregada?
Meia verdade: Isso depende do tipo de bateria. Baterias de íon de lítio e chumbo-ácida não têm efeito memória, permitindo a recarga a qualquer momento. O hidreto metálico de níquel, que é a tecnologia utilizada, por exemplo, nas pilhas recarregáveis, sofre esse efeito, mas de forma tão pequena que se torna negligenciável.

As baterias de níquel cádmio sofrem o efeito memória de forma mais acentuada, sendo necessário tomar a precaução de recarrega-las após o consumo completo da carga. Estas baterias, embora estejam sendo substituídas pelas de NiMH, em quase todas as áreas, são utilizadas, por exemplo, em câmeras de vídeo sofisticadas. A maior vantagem delas é a sua vida útil, de entre 1.000 a 1.500 ciclos de carga/descarga (muito mais do que as baterias de Li-ion ou NiMH).

No entanto, carregadores profissionais para estas baterias têm um sistema de descarga, de modo que quando conectadas ao carregador a primeira ação é a drenagem completa antes do início da recarga a partir do zero, evitando sempre que possível o efeito de memória.

Se eu não for utilizar a bateria por um longo tempo, é melhor guardá-la descarregada?

Mito: Para guardar uma bateria que não será utilizado por um longo período de tempo, o melhor é meio termo: nem carregada, nem descarregada, mas com metade da carga (ou algo próximo a essa marca). Na verdade, uma referência é a carga com a qual encontramos os dispositivos ao serem retirados das caixas assim que os compramos, cerca de 40% de sua capacidade total. Esta é a carga ideal com a qual devemos guardar a bateria.

Guardar a bateria totalmente descarregada por um longo período pode causar danos irreparáveis (tornando impossível voltar a recarrega-la), enquanto que guardá-la totalmente carregada pode acarretar na perda de parte de sua capacidade (cerca de 20%).

 As baterias podem explodir?

Meia verdade: De todos os tipos de bateria mencionados, as baterias de íon de lítio são mais propensas a superaquecer e explodir, porque elas são fabricadas de materiais inflamáveis. Por esta razão, essas baterias incorporam vários circuitos eletrônicos de proteção que controlam em todos os momentos o status da bateria. Como regra geral, é recomendável guardá-las a uma temperatura de cerca de 15°.

 As baterias de íon de lítio são as melhores?

Mito: Isso depende das condições do dispositivo na qual a bateria está incorporada. É verdade que as baterias de íon de lítio são as mais populares por causa de seu peso leve, da alta capacidade (até o triplo de voltagem por célula que uma mesma bateria de NiCd ou NiMH) e quase nenhum efeito memória, mas a sua vida é menor do que a das soluções de NiCd ou NiMH, trabalham pior em condições extremas, como frio extremo, e tendem a superaquecer. Assim, a escolha de um ou outro tipo de bateria depende do tamanho, peso e ambiente de funcionamento do dispositivo eletrônico em questão.

 É melhor utilizar um carregador normal (transformador) no lugar de um carregador USB?

Verdade: Existem alguns dispositivos modernos, como smartphones ou PDAs, que além do carregador habitual para tomadas elétricas inclui um carregador USB de viagem. Em qualquer caso, é sempre melhor utilizar o carregador normal, já que a porta USB de alguns dispositivos, como computadores portáteis, nem sempre manterão os 500mA necessários, fornecendo um fluxo de corrente menos estável.

Se eu estiver trabalhando com o computador portátil conectado à rede elétrica, é melhor remover a bateria?
Verdade, com algumas observações: É verdade que, como já citamos anteriormente, estar com a bateria constantemente conectada à rede elétrica não é bom, já que a força a estar continuamente carregada e exposta às altas temperaturas que o chassi do computador portátil pode gerar. No entanto, remover a bateria às vezes pode causar mais problemas do que trabalhar com ela instalada, pelo risco de contato com poeira ou outras partículas. Também não devemos esquecer que, no caso dos computadores portáteis a bateria serve como uma espécie de UPS, filtrando e estabilizando a corrente elétrica recebida pelo equipamento. Neste caso, a minha recomendação é proceder como for mais confortável para o seu uso. Eu, particularmente, nunca retiro a bateria.

Espero que as informações deste artigo possam lhe ajudar de alguma forma, e sinta-se à vontade para compartilhar conosco suas experiências relacionadas a baterias.

 Eu já perdi as contas de quantas vezes precisei explicar a usuários com menos conhecimento técnico que não é mais necessário deixar o novo smartphone ou notebook carregando por 24 horas.


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